sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Leituras do Cotidiano - 07/02


Um ser possível...
















Andei comprando briga. ‘Que novidade eim Herman!’. Pois é. Como já me disseram: ‘Isso é que dá ser cronista’. Pior que nem é por isso. Quer dizer, é sim! Mas é a confusão que alguns fazem quando leem crônicas pensando no Herman e suas outras facetas. ‘Se você fosse uma carta de baralho seria um coringa!’, também já me disseram. Acontece que alguns estudantes ou pretendentes a filósofo, pensam que sou como eles. Ou seja, que tenho pretensão em ser filosofo só porque escrevo, publico e me arrisco a certos pensamentos por aí, além de, como (de)formação, ser um historiador que também dá aulas de filosofia (para piorar, também de linguagem, sociologia e Wing Chun, além de história, é claro! Ah, também já dei aulas de geografia). Mas sou professor de filosofia não por uma simples escolha. Um respeitável professor me disse: ‘Foi a filosofia quem lhe escolheu!’. Estudava filosofia muito antes de querer ou cursar história na universidade. O que me levou também estudar sociologia e linguagens. Acabei por me graduar em história com uma razoável base teórica, tanto na filosofia como na sociologia e antropologia (inclusive minha escolha de uma antropóloga na orientação da pesquisa se deu por isso). Além disso, sempre tive apego as linguagens, principalmente artísticas, influência do meu avô e meu pai, creio. Também sempre fui praticante, ou seja, rodei em viagens e militâncias políticas por aí. Acabei por me especializar em filosofia e sociologia na educação, o que me despenho em estudar bastante atualmente. Minha ligação com a literatura e as linguagens me fizeram, já faz um bom tempo, produzir textos (prosa e poesia), mas principalmente crônicas. Uma ‘modalidade’ que me permite transitar com certa autonomia em algumas ‘áreas do conhecimento’ (a filosofia é um exemplo). Sei que isso não agrada a alguns, mas minha função ou intenção não é mesmo agradar. Alguns questionam: ‘Como você pode não focar numa coisa só?!’. Não sei como, e nem se consigo. Se faço e acontece, talvez seja por uma necessidade e certa habilidade. Certo alguém já me falou: ‘Cara, admiro sua postura, seu trabalho, sua forma de pensar e interagir! Parece que você faz o que realmente gosta e do jeito que pode’. Isso me soou como uma questão interrogativa que me provoca até hoje. Já pensei em desistir de alguns dos meus afazeres, mas não consegui – ainda! - para a ira de alguns e a possível alegria de outros.  Lecionando história e linguagens, foi que me descobri também professor de filosofia (deus me livre se eu escrevesse aqui: ‘filósofo’! alguns quereriam minha morte!). Foi, primeiramente, os próprios alunos, depois a escola, que me indicaram ou chamaram para lecionar filosofia. Ou seja, não fui eu quem pediu. Isso vem de encontro ao que o professor Herval me disse, e que já citei acima: ‘a filosofia foi quem me escolheu e não o contrário’ – ou seja, aconteceu! Tanto que, na escola em que trabalho ainda hoje, abriu-se a cadeira de filosofia por minha causa - além do café na sala dos professores (risos). ‘Talvez essa seja a sua missão Herman! Mudar o meio a partir das suas escolhas!’ – foi o que me disseram doutra feita. Mas não, não sou missionário. E se escolhi, escolhi muito pouco ou quase nada. A maioria das coisas acontecem, reticência... Mas confesso, sou um apaixonado por quase tudo o que faço, e isso me ajuda a fazer. Se é bom ou ruim, se funciona ou não, deixo para os outros (sob tudo meus alunos e leitores) que o digam, e assim também se arrisquem, pois, arriscado também é dizer...


* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó...



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