A corrupção também está (e
principalmente está) por detrás da dita representação política oficial. Está no
‘investimento’ de empresários nesse jogo, nos atos e até pensamentos do homem
‘comum’ no seu dia a dia. E se isso não for visualizado, não há combate, mas
apenas convencimento e maquiagem. O que existe e muitos talvez não percebam, é
uma disputa de poder - mais, uma disputa ideológica e de linhas teóricas de
pensamento, o que está por trás de ações, inclusive. Uma contradição, um
contraste, uma discrepância. Nem céu, nem inferno. Nem bem, nem mal. Mas
crenças, posições, e interesses humanos - além dos capitais e econômicos. A
coisa é mais complexa do que aparenta e se discursa por aí. Com isso, não estou
sendo negativista, alguém sem esperança, nem niilista, apenas dizendo que a
organização humana e sociocultural não é um paraíso, antes, um purgatório, e
devemos perceber isso. Essas disputas, essas contradições e ‘jogos’ que se
estabelecem na realidade, no andamento da vida. O ideal não é vida, é apenas a
reprodução de uma ideia mirabolante e divinizada, uma crença no além, no nada
absoluto que age como um fantasma em nossos dias, não nos deixando acordar do
sono entorpecido por supostas ‘verdades’ e ‘salvações’. Enfim, bem vindos ao
mundo!
* também publicado no jornal Folha do Bairro, 16/05
Um comentário:
"Os homens inventaram o ideal para negar o real." Do mesmo.
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