Cidade que já foi – como tantas outras. Já foi Xapecó com ‘X’,
quando os povos nativos desta terra ainda eram vistos como parte da nossa
história (tanto que, da sua forma linguística é que veio o nome que hoje,
parece ser nosso) – relativamente ainda são, graças ao esforço de alguns
historiadores, antropólogos e afins, além dos seres sensíveis que pisam dignamente
neste chão. Hoje, Chapecó, com um ‘Ch’ ocidentalizado. Motivo? Perguntem ao
imperador. Já foi Estádio Regional Índio Condá. Suprimiram o ‘índio’ (pra
variar), além do ‘regional’. Hoje, ‘Arena’ (algo típico de um império – leia-se
antigo e destruído Império Romano) - entre outros tantos ‘desenvolvimentos’
(mas só para alguns), no concreto e na nomenclatura. No entanto, somos todos
estrangeiros nessa terra que nunca vai ser nossa, por mais que a cerquemos,
como com os títulos farpados dos coronéis. E a terra nos comerá, um a um, dia
após dia, lentamente. Nós e nossas ambições e habitações irregulares. Nossa
pressa motorizada pra se chegar a lugar nenhum. Padeceremos com isso,
habitantes que somos dessas ‘cidades destruídas. Nós e nossa humana e ‘divina
comédia’ urbana...
“Viajar em estado de calma / E morar em cidades destruídas /
Jamais ler seu poema até o fim / A divina comédia humana” (José Paes de Lira)
* também publicado no jornal Folha do Bairro, 22/08.
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