quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Leituras do Cotidiano, 26/09


Eleições: ‘mudanças’ e ‘alternativas’?




Nesta corrida, alguns candidatos representam - sob tudo aos olhos dos que veem a política como algo possível, porém, um tanto ideal - 'alternativas' a essa ‘estrutura’ de poder, constituída historicamente (diga-se de passagem). Ou seja, não é ‘privilégio’ de nenhum Lula ou Dilma o contexto nacional de hoje, no que tange as estruturas consolidadas (para além dos avanços ou mudanças). Muito do que há é ‘herança’ de governos, estruturas ou contextos passados. Mas temos novidades sim, sob tudo no âmbito social e econômico. Nesses dois polos, nunca estivemos tão bem, conste. Voltando aos que ‘representam alternativas’, o grande problema destes é que eles não têm estrutura suficiente para governar/administrar, já que contam com uma outra estrutura, velha, viciada, que mais atravanca do que possibilita ações e boas mudanças. Como estes ‘alternativos’ não tem força nem estrutura suficiente, correm o sério risco de caírem junto com suas frágeis ‘estruturas novas’. O ‘sistema’ é um monstro que se alimenta da fraqueza alheia. Considerando o contexto atual, seria fundamental uma Reforma Política, descente, e que desse conta de mudar este panorama viciado, onde o ‘monstro’ faz e se satisfaz dando as cartas marcadas do jogo a quem ele bem entende. Ou seja, é uma eleição entre, garantir e depois lutar para ampliar alguns bons avanços que houve nos últimos anos, sob tudo nas áreas sociais e econômica, ou por em risco e ainda perder isso tudo por aquilo que é muito incerto e duvidoso (leia-se candidaturas Marina Silva e Aécio Neves). Vivemos um momento de ‘crise mundial', global, pouco ou quase nada sentida por aqui, devido ao ‘bem sucedido’ plano econômico e social do governo federal atual. Mas a crise é prolongada e continua lá fora, com respingos aqui dentro. Crise que iniciou em meados de 2008, onde que o Brasil está, até então, se saindo bem, se comparado aos países 'ricos' do velho mundo. Todos os oposicionistas do governo atual falam em ‘mudança’, sejam eles ‘alternativos’ ou não. Neste ponto, o discurso converge: ‘corrupção, violência e mudança’. Nada mais óbvio (e oportunista, é claro!). Essa 'mudança' será certamente garantida se por acaso houver a derrota do ‘projeto de governo atual’, de fato. Mas uma mudança possivelmente nada boa no sentido social, tendo em conta que, a postura histórica das 'elites' políticas e financeiras do país sempre foi a de diminuir direitos do trabalhador, sugando suas forças em prol de privilégios e certas exclusividades. Então, o perigo ronda. Quem viveu acordado noutros contextos - de 10 a 15 anos para trás - deve saber muito bem a diferença entre hoje e ontem. Por isso é que, infelizmente, hoje, não contamos com ‘alternativas’ reais de ‘boas mudanças’ a nível eleitoral ou político. Ou seja, não é uma troca de poder que vai dar conta das questões mais urgentes do nosso país. Não é tão fácil ou simples assim como rezam os discursos. Mas a real possibilidade existe, sob tudo numa continuidade dos avanços que devem não vir somente do governo, mas das organizações políticas em torno dele e da sociedade como um todo. As outras ‘boas mudanças’ também, quem sabe a partir de uma Reforma, inicialmente política, depois midiática e judiciária – e assim por diante. Aí começamos falar em ‘boas mudanças’. Pois, mudar, a qualquer custo, não significa ‘melhorar’. É um momento de reflexão em torno do Estado brasileiro. Então refletimos, pois está quase na hora de ir à urna, e depois de feito, está feito. Então, façamos com razão.


* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó.




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