Eleições:
‘mudanças’ e ‘alternativas’?
Nesta corrida, alguns candidatos representam -
sob tudo aos olhos dos que veem a política como algo possível, porém, um tanto
ideal - 'alternativas' a essa ‘estrutura’ de poder, constituída historicamente
(diga-se de passagem). Ou seja, não é ‘privilégio’ de nenhum Lula ou Dilma o
contexto nacional de hoje, no que tange as estruturas consolidadas (para além
dos avanços ou mudanças). Muito do que há é ‘herança’ de governos, estruturas
ou contextos passados. Mas temos novidades sim, sob tudo no âmbito social e
econômico. Nesses dois polos, nunca estivemos tão bem, conste. Voltando aos que
‘representam alternativas’, o grande problema destes é que eles não têm
estrutura suficiente para governar/administrar, já que contam com uma outra
estrutura, velha, viciada, que mais atravanca do que possibilita ações e boas
mudanças. Como estes ‘alternativos’ não tem força nem estrutura suficiente,
correm o sério risco de caírem junto com suas frágeis ‘estruturas novas’. O
‘sistema’ é um monstro que se alimenta da fraqueza alheia. Considerando o
contexto atual, seria fundamental uma Reforma Política, descente, e que desse
conta de mudar este panorama viciado, onde o ‘monstro’ faz e se satisfaz dando
as cartas marcadas do jogo a quem ele bem entende. Ou seja, é uma eleição
entre, garantir e depois lutar para ampliar alguns bons avanços que houve nos
últimos anos, sob tudo nas áreas sociais e econômica, ou por em risco e ainda perder
isso tudo por aquilo que é muito incerto e duvidoso (leia-se candidaturas Marina
Silva e Aécio Neves). Vivemos um momento de ‘crise mundial', global, pouco ou
quase nada sentida por aqui, devido ao ‘bem sucedido’ plano econômico e social
do governo federal atual. Mas a crise é prolongada e continua lá fora, com
respingos aqui dentro. Crise que iniciou em meados de 2008, onde que o Brasil
está, até então, se saindo bem, se comparado aos países 'ricos' do velho mundo.
Todos os oposicionistas do governo atual falam em ‘mudança’, sejam eles
‘alternativos’ ou não. Neste ponto, o discurso converge: ‘corrupção, violência
e mudança’. Nada mais óbvio (e oportunista, é claro!). Essa 'mudança' será
certamente garantida se por acaso houver a derrota do ‘projeto de governo
atual’, de fato. Mas uma mudança possivelmente nada boa no sentido social,
tendo em conta que, a postura histórica das 'elites' políticas e financeiras do
país sempre foi a de diminuir direitos do trabalhador, sugando suas forças em
prol de privilégios e certas exclusividades. Então, o perigo ronda. Quem viveu acordado
noutros contextos - de 10 a 15 anos para trás - deve saber muito bem a
diferença entre hoje e ontem. Por isso é que, infelizmente, hoje, não contamos
com ‘alternativas’ reais de ‘boas mudanças’ a nível eleitoral ou político. Ou
seja, não é uma troca de poder que vai dar conta das questões mais urgentes do
nosso país. Não é tão fácil ou simples assim como rezam os discursos. Mas a
real possibilidade existe, sob tudo numa continuidade dos avanços que devem não
vir somente do governo, mas das organizações políticas em torno dele e da
sociedade como um todo. As outras ‘boas mudanças’ também, quem sabe a partir de
uma Reforma, inicialmente política, depois midiática e judiciária – e assim por
diante. Aí começamos falar em ‘boas mudanças’. Pois, mudar, a qualquer custo,
não significa ‘melhorar’. É um momento de reflexão em torno do Estado
brasileiro. Então refletimos, pois está quase na hora de ir à urna, e depois de
feito, está feito. Então, façamos com razão.
* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó.
Nenhum comentário:
Postar um comentário