Marina & Malafaia
A fabricação de mais um ‘ícone da salvação’ pelo discurso
ideológico e jornalístico-publicitário. Ícone que, representa, sob tudo, um
caminho perigoso e nada redentor da política institucional. Política que,
interfere e engoma possibilidades. Uma política reta, fortemente estruturada na
crença (e não fé) e desestruturada no equilíbrio que toda a boa, coerente e
dinâmica política deve ter. Marina Silva representa esse tipo de política. Uma
política obediente ao cânone reducionista e determinista da velha ortodoxia
religiosa, aliada a um discurso hipócrita de ‘novidade’. O pastor que
arrebanha, como tantos, suas ovelhas que marcham e pastam sob a vigia de cães
pastores. O pastor que se encontra na calada da noite para deflorar e
dissimular com os lobos, ergue a voz e Marina se acadela, como uma submissa
senhora criada a chibata e sob o comando da voz grave do patriarca. Marina
mudou de postura como quem muda de roupa, rapidinho. Antes da morte de seu
aliado Eduardo Campos, seu discurso irredutível era de negação a sua
candidatura na cabeça da presidência. Bastou uma mudança de ares que, a
senhora, repentinamente também muda de discurso e postura. Alimentada pela ira,
mágoa ou frustração ignóbil (pois não é quase nada racional) anti-petista
(agora também ‘anti-Dilma’) de parte da população, a figura da candidata Marina
Silva torna-se uma ‘terceira via’ nesse jogo eleitoral. ‘Terceira via’ que, ao
contrário do discurso vigente e publicitário, não traz nada de novo, muito pelo
contrário, reproduz uma lógica religiosa e sectária de poder piramidal que,
historicamente compõe as práticas mofadas de grande parte das igrejas cristãs
de cunho ortodoxo, principalmente. Aos ‘emotivos’ irados anti-Dilma que,
convencidos, são contra os projetos sociais (bolsas e cotas, entre outros), aos
mais desavisados e aos ideólogos mantenedores desse ‘sistema dos privilegiados’
(sim, eles continuam em torno e dentro do poder, alimentando-se dele), Marina
Silva é uma ‘boa opção’ – ou saída, sob tudo, pelo fato de sua vulnerabilidade
política. Ou seja, a candidata já se mostrou, está nas mãos dos grandes:
pastores, industriais e latifundiários – os mesmos privilegiados desse sistema
a que muitos qualificam como corrupto.
Eleições 2014, 'alguns' candidatos e a 'lógica da manada'...
Tem candidato que diz: 'O dia mais importante de suas vidas está chegando', referente ao dia da votação. Outro candidato, que já foi 'prefeito de verdade', aqui da 'region', no seu tempo de discurso na propaganda, enfatiza a 'redução da maioridade penal' como se isso fosse 'grande coisa', ou uma 'solução'. Esperar o que de um sujeito que, ao invés de falar em educação e cultura para crianças, adolescentes e jovens, sem problematizar, fala em punição? Sendo que, não é isso (a redução) que vai melhorar uma situação mais complexa do que alguns desenham em seus discursos moralistas e cheios de interesse. É esse o tipo de política que muitos pensam e fazem? Ou apenas seguem a 'lógica da manada'?
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