sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Leituras do Cotidiano, 25/01

Segurança? Quando? Onde? Pra quem?

'Segurança', palavrinha safada. Político fanfarrão adora ela, só ‘esquece’ de mencionar o detalhe: Segurança não se faz com a simples 'punição' ou de ‘arma na mão’. Segurança deste jeito, não passa de 'discurso' – e a ‘prevenção’? Uma cidade, uma sociedade, uma cultura que não oferece condições sócio-culturais e 'educacionais' descentes (espaços, projetos, fomentos, conteúdos, etc., como ‘prioridades’ e não mero ‘lazer’, ‘entretenimento’ e/ou ‘interesse’) aos seus habitantes (principalmente os mais vulneráveis, sócio-culturalmente e economicamente falando) tem este tipo de resultado: ‘Violências’ (no plural). Coerência com certa realidade 'desenvolvimentista' que concentra, elitiza, segmenta e não compreende o todo. Nosso 'avanço' é material e não humano (prioritariamente), resultado de uma 'cultura' medíocre, apelativa, que individualiza, segmenta e fragmenta, alimento do ‘espetáculo televisivo nosso de cada dia’. Eis a 'coerência' com a realidade. Por isso é que acontece o que acontece – para além do bem e do mal. Crescemos em materialidade, mas não em mentalidade (altos prédios, carros do ano, bens de consumo e confortos – olhe ao seu redor), mas, e 'artisticamente'? E 'intelectualmente'? Estes 'outros' crescimentos não acompanham o primeiro – eis o desequilíbrio. Não que não exista conteúdo, produção, meios e espaços. Mas, como eles são ocupados? E a questão 'pública'? E a 'educação'? O que é essencial de privatiza e é privativo, ou no mínimo, restrito. Como são ou andam as 'escolas'? Os espaços sócio-culturais? Onde a periferia é valorizada neste contexto? E as pessoas? Vejo carros, vejo vitrines e seus produtos. Vejo pessoas que se movem e se esbatem pelas ruas, correndo, atrás de que? Enfim... NINGUÉM ESTÁ SEGURO NUM MODO DE VIDA, NUMA CULTURA, NUM MUNDO INSEGURO - e o mundo é o que fazemos dele, conste.


Mais violência! Só que...

Em dois dias cinco inocentes assassinados pela polícia. Dentre estes, três crianças.


Spray de pimenta...
Governo Dilma veta correção da tabela de imposto de renda.

Só pra engrossar o caldo amargo da realidade.


Refletir...

"Nos tornaremos cada vez mais indiferentes quando alcançarmos um conhecimento suficiente da superficialidade e da futilidade dos pensamentos, da limitação dos conceitos, da pequenez dos sentimentos, da absurdez das opiniões e do número de erros na maioria das cabeças." (Arthur Schopenhauer)

"É muito fácil continuar a repetir as rotinas, fazer as coisas como têm sido feitas, como todo mundo faz. As rotinas e repetições têm um curioso efeito sobre o pensamento: elas o paralisam." (Rubem Alves)

"O Mestre disse: 'Sou fadado a, mesmo enquanto caminho na companhia de dois homens quaisquer, aprender com eles. Imito as qualidades de um; os defeitos do outro, corrijo-os em mim mesmo". (Confúcio)



* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó.



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