quarta-feira, 14 de setembro de 2011

‘Pérolas’ do facebook: preconceitos étnico-raciais...

“Onde está agora aqueles que defendem os indios? que tiraram terras produtivas para dar a esses marginais. Marginais sim (...)” / “São uns animais”/ “E ainda tem gente que defende esses indios marginais”/ “Concordo contigo e vc sabe na pele o que eh ser roubado por eles...” / “E agora esses índios querem uma terra enorme na região do borman! Ninguém sabe qual terra ainda, mas então vamos quem sabe devolver todo o Brasil para essa gente!? Ou vamos lutar juntos para defender a terra onde nascemos?!” (e eles nasceram aonde?). / “Eu fico indignado com tais pessoas que ainda defendem esse povo chamado "indigenas" mas que não passam de marginais...”. / “Nada justifica o que aqueles vagabundos fizeram, e mais aqui só tem índio VAGABUNDO” (referindo-se ao caso dos indígenas que, ao tentar um assalto, acabaram matando uma jovem que reagiu – algo comum na nossa cultura ocidental judaico-cristã, mas não na indígena). Os trechos em destaque acima copiei do facebook numa postagem de uma mulher que (pelo menos consta em seu perfil), é doutora - em que, não sei! Mas está lá: ‘Doutora’. É... A educação no Brasil está mesmo calamitosa! Eis a prova! Era minha ‘amiga’ naquela rede social, e foi ela própria que me adicionou. Nem sabia quem era. Agora sei um pouco. Até alunas dela entraram nesse ‘debate’ cheio de pré-conceitos e racismo. Racismo sim! Bem, as palavras acima falam por si só. Agora imaginem que tipo de aula anda acontecendo por aí. Que tipo de (de)formação. Que tipo de professor. Pobres crianças! E os tolos da juventude virtual com essas idéias velhas, mofadas, retrógradas. Parecem velhos ridículos e ultrapassados que se petrificaram no tempo. Quanta estupidez! Quanta ignorância e falta de conhecimento! E o bom senso? Esse parece que nem existe. Escrevi duas ou três postagens relativisando a questão, com o fundamento necessário e tudo mais, e fui excluído da postagem e da ‘amizade’ com a dita ‘doutora’. Minhas escritas foram apagadas pelo autoritarismo de alguém que se diz ‘democrática’ – como consta no seu discurso. Puro papo! Hipocrisia deslavada! Por isso e por tantos outros, é que eu sou a favor da limitação nos meios de comunicação. Tem gente que não tem condição de sair manifestando opinião por aí. De merda o mundo já anda cheio, e os exemplos disso estão acima – e nas redes sociais.


O sul é meu país! (?)

...o cacete! Não é bem assim que eu queria, mas esse é o Brasil. Volta e meia, esse movimento que se auto-proclama o ‘salvador da pátria’ (que não existe), traz à tona essa ‘campanha’ ridícula. Querem emancipação do que essa gente? Separatismo, que piada medonha! Se isso acontecesse eu mudaria pro nordeste. Seria um bom motivo. Não que eu não goste do sul, a questão é outra. Já não existem fronteiras e burocracias suficientes no mundo? Penso que, se o sul se separasse do Brasil, aqui aconteceria uma guerra ou simplesmente a disparidade social aumentaria. Se não voltasse o coronelismo como sistema predominante, talvez um tipo de nazi-fascismo – e esse ‘movimento’ separatista tem cheiro de nazi-fascismo! Mais um país, um governo, leis, corrupção, etc. Não, não, chega disso! Numa tarde cinzenta de setembro, ‘tacando o terror’ no face book, foi que eu me deparei com essa campanha. Entre os comentários, grande parte deles, faziam apologia ao patriotismo ufanista e xenofóbico. Alguns seres de racionalidade duvidosa enaltecendo o Rio Grande do Sul como grande Estado brasileiro, depois a nossa bela e calamitosa Santa Catarina e por fim, o Paraná. Mas a coisa não para por aí. Muitos dos comentadores favoráveis ao separatismo, menosprezam outras regiões do país, principalmente o nordeste. Nordeste, pobre nordeste, sempre leva a culpa pela contradição do país! Aquela imbecilidade e falta de conhecimento histórico, social e econômico, aquela reprodução vulgarizada de um pensamento ideológico e bairrista, que diz que o sul sustenta o resto do Brasil e blá-blá-blá! Velha ladainha! Temos sorte aqui, devido ao fato de nossa terra e nosso clima ser favorável ao plantio. E se o sul é desenvolvido, é por causa disso. Ou alguém acha que foi mérito unicamente da colonização e do coronelismo? “Ah! Pagamos mais impostos e trabalhamos que nem condenados, pros vagabundos dos nordestinos ganharem bolsa família e ficarem o dia inteiro deitado nas suas redes!” – assim reza o ódio e ignorância da elite frustrada do sul do país. Minha resposta pra isso: “É que somos bestas que só pensamos em trabalho, trabalho, dinheiro, dinheiro!”, enquanto no nordeste, descansa sua ambição. Isso sem contar o fator cultural. Por aqui predomina a euro-descendência, enquanto no nordeste, a miscigenação, principalmente envolvendo a cultura africana, que, diferente da européia, não era, nem nunca foi ‘capitalista’. É outra lógica, e não dá pra comparar (no sentido de medir forças). Esse pensamento de superioridade e raiva é descaradamente medíocre e mesquinho para um bom entendedor. Mais leitura, conhecimento e reflexão e menos ganância e falatório. Ok?!


Um comentário:

Edenilson dos Santos disse...

Ótimo ponto de vista.