Contradizendo
ou contestando um pouco (ou muito) de uma ‘opinião’ publicada ao lado da minha
crônica na semana passada neste mesmo jornal, faço o oposto, dizendo que ‘armas
de fogo somam na violência’. Numa sociedade onde educação, arte e cultura
(humanidades) são inferiorizadas em prol de um modo de vida utilitarista e
individualista, onde prevalece a disputa e a busca por status social, onde o
‘ter’ é mais evidenciado do que o ‘ser’, dizer que armas de fogo são meios de ‘autoproteção
e defesa’, é no mínimo um discurso ideológico ou falta de uma análise
sociológica mais aprofundada sobre a questão. E não se trata de pacifismo ou
não, estou falando aqui de coerência. Não há espaço suficiente para uma problematização
maior a respeito do tema, mas, fica o meu questionamento enquanto cronista e
professor na área de humanas e sociais. Leia-se que a defesa da ‘tese’ em prol
das ‘armas de fogo’ (oposta a minha), foi assinada pelo presidente da
‘Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições’ – sendo assim, acho que
não é preciso elencar números e estatísticas como foi feito para perceber o
óbvio, não é?
* também publicado no jornal Folha do Bairro - 09/05
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