quinta-feira, 23 de maio de 2013

Leituras do Cotidiano - 23/05


“Literatura”:



















Sou um escritor maldito. Reconheço! Não nego e até admito com orgulho! Sou um tanto orgulhoso pra isso – e é mais prático sê-lo, já que não tenho tempo disponível para me autojustificar. Os dias passam e a maldição aumenta e se intensifica a medida do passar dos dias. Minha maldição não é Cult, não é erudita, não é capa de revista, mas é pop! Sendo assim, me tornei um escritor pop interiorano – e isso não quer dizer quase nada, a não ser pelos que dão suas atenções e importâncias pra isso. Não raras vezes encontro alguém que me aborda e diz: “Você é o Herman, não é? Escreve coisas ácidas em jornais e num blog, não é? Faz isso e faz aquilo, não é?” Sabem mais das minhas ações do que eu próprio – se bem que esse ‘saber’ é superficial, e o que realmente sou, penso e faço, não é nada fácil ou simples de localizar. Digamos que eu confunda bem aos que confundem as coisas e confundem-se a si mesmos. Ainda hoje se julga o perfume pelo frasco, e a insistência no erro continua. Geralmente faço o que posso para responder de forma mais amigável possível aos que me indagam, testam e provocam. Não tenho impedimentos quanto a isso - nem língua presa ou algum outro problema na fala (acho). Então respondo e me permito ao diálogo. Sou partidário do movimento dialógico e não do puxa-saquismo, mas algumas pessoas são boas em confundir e misturar isso... em tempos de rede social-virtual, onde o discurso, a reprodução das ideias reducionistas, a informação fragmentada e descontextualizada, extrapolam o limite do conhecimento e o bom senso,  a vulgaridade toma forma de status social. Eis o possível motivo da minha maldição.


Diálogo bate e volta:

- Herman, tu é favorável do casamento gay?
- Não!
- Ué, mas você não me parece preconceituoso!
- Não é por isso...
- Por qual motivo então?
- Não sou favorável a nenhum casamento.
- Como assim? E o amor?
- O amor não é algo que precise ser institucionalizado...

* e nem tudo é preconceito.


Declaração! (referente a polêmica ‘história mal-dita’ de Xapecó):

"Para os devidos fins, eu Herman G. Silvani, declaro publicamente que não tenho intenção de ‘suicidar-me a mim mesmo’. Dixi!"


“Política?”:


Choveu bala na favela...

Dias atrás, rajadas de metralhadora disparadas de um helicóptero da polícia que estava a caça (e caçou) o traficante conhecido como Matemático no Rio de Janeiro, por sorte não fez vítimas inocentes. Uma ‘operação’ que poderia ter sido desastrosa, e por pouco não foi. Por em risco a vida de moradores em prol de um dito ‘combate às drogas’ (o que não passa de um discurso) não me parece algo inteligente nem humanamente legal. O Estado e seu braço armado fazendo das suas. Pior é ver muitos reproduzindo esse fato como se fosse algo digno, e o comando da ‘operação’ ovacionado com honras de heroísmo. Detalhe: “isso porque não foi num bairro ou região nobre, de classe média/alta, foi na favela, com certeza!”. Assim é que se alimenta uma ‘guerra’ entre a dita ‘classe média’ ascendente (composta em sua maioria por brancos-eurodescendentes) e uma ‘classe pobre’ marginalizada (composta em sua maioria por negros-afrodescendentes). ‘Guerra’ essa, desproporcional e covarde, motivada por ‘cabeças de vento’ que promovem essa segmentação, essa eugenia, em suas reproduções medíocres nos meios de comunicação de massa e redes sociais. 

Um homem prevenido vale por dois...

Antes que alguns me venham com mesquinharias do tipo: “Defendendo o marginal Herman?! Leva pra tua casa, cuida dele e blá-blá-blá...”, deixo claro que: “Dane-se o tal Matemático!”, não gosto mesmo de cálculos!


Opinião pública?
Não. “Opinião publicada!”. Nunca vi/ouvi na minha vida, falar tanto em criminalidade juvenil nos meios de comunicação de massa como recentemente.  O tema sendo massificado e reproduzido em massa. A campanha midiática pró-redução da maioridade penal está a mil. Qualquer apresentador de telejornal opina de forma banal e descontextualizada a respeito. É a dita ‘imparcialidade’ do jornalismo ‘diplomado’ nacional (diploma pra isso?). Parte do ‘espetáculo nosso de cada dia’, senhores e senhoras! Amém!


* também publicado na pág. 11 do jornal Gazeta de Chapecó, em 23/05.



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