“Literatura”:
Sou
um escritor maldito.
Reconheço! Não nego e até admito com orgulho! Sou um tanto orgulhoso pra isso –
e é mais prático sê-lo, já que não tenho tempo disponível para me
autojustificar. Os dias passam e a maldição aumenta e se intensifica a medida
do passar dos dias. Minha maldição não é Cult, não é erudita, não é capa de
revista, mas é pop! Sendo assim, me tornei um escritor pop interiorano – e isso
não quer dizer quase nada, a não ser pelos que dão suas atenções e importâncias
pra isso. Não raras vezes encontro alguém que me aborda e diz: “Você é o
Herman, não é? Escreve coisas ácidas em jornais e num blog, não é? Faz isso e
faz aquilo, não é?” Sabem mais das minhas ações do que eu próprio – se bem que
esse ‘saber’ é superficial, e o que realmente sou, penso e faço, não é nada
fácil ou simples de localizar. Digamos que eu confunda bem aos que confundem as
coisas e confundem-se a si mesmos. Ainda hoje se julga o perfume pelo frasco, e
a insistência no erro continua. Geralmente faço o que posso para responder de
forma mais amigável possível aos que me indagam, testam e provocam. Não tenho
impedimentos quanto a isso - nem língua presa ou algum outro problema na fala
(acho). Então respondo e me permito ao diálogo. Sou partidário do movimento
dialógico e não do puxa-saquismo, mas algumas pessoas são boas em confundir e
misturar isso... em tempos de rede social-virtual, onde o discurso, a
reprodução das ideias reducionistas, a informação fragmentada e
descontextualizada, extrapolam o limite do conhecimento e o bom senso, a vulgaridade toma forma de status social. Eis
o possível motivo da minha maldição.
Diálogo
bate e volta:
-
Herman, tu é favorável do casamento gay?
- Não!
-
Ué, mas você não me parece preconceituoso!
- Não é por isso...
-
Por qual motivo então?
- Não sou favorável a nenhum casamento.
- Como
assim? E o amor?
- O amor não é algo que precise ser institucionalizado...
* e nem tudo é preconceito.
Declaração!
(referente a polêmica ‘história
mal-dita’ de Xapecó):
"Para
os devidos fins, eu Herman G. Silvani, declaro publicamente que não tenho
intenção de ‘suicidar-me a mim mesmo’. Dixi!"
“Política?”:
Choveu bala na favela...
Dias atrás, rajadas de
metralhadora disparadas de um helicóptero da polícia que estava a caça (e
caçou) o traficante conhecido como Matemático no Rio de Janeiro, por sorte não
fez vítimas inocentes. Uma ‘operação’ que poderia ter sido desastrosa, e por
pouco não foi. Por em risco a vida de moradores em prol de um dito ‘combate às
drogas’ (o que não passa de um discurso) não me parece algo inteligente nem
humanamente legal. O Estado e seu braço armado fazendo das suas. Pior é ver
muitos reproduzindo esse fato como se fosse algo digno, e o comando da
‘operação’ ovacionado com honras de heroísmo. Detalhe: “isso porque não foi num
bairro ou região nobre, de classe média/alta, foi na favela, com certeza!”.
Assim é que se alimenta uma ‘guerra’ entre a dita ‘classe média’ ascendente
(composta em sua maioria por brancos-eurodescendentes) e uma ‘classe pobre’
marginalizada (composta em sua maioria por negros-afrodescendentes). ‘Guerra’
essa, desproporcional e covarde, motivada por ‘cabeças de vento’ que promovem
essa segmentação, essa eugenia, em suas reproduções medíocres nos meios de
comunicação de massa e redes sociais.
Um homem prevenido vale por dois...
Antes que alguns me
venham com mesquinharias do tipo: “Defendendo o marginal Herman?! Leva pra tua
casa, cuida dele e blá-blá-blá...”, deixo claro que: “Dane-se o tal
Matemático!”, não gosto mesmo de cálculos!
Opinião
pública?
Não. “Opinião
publicada!”. Nunca vi/ouvi na minha vida, falar tanto em criminalidade juvenil
nos meios de comunicação de massa como recentemente. O tema sendo massificado e reproduzido em
massa. A campanha midiática pró-redução da maioridade penal está a mil.
Qualquer apresentador de telejornal opina de forma banal e descontextualizada a
respeito. É a dita ‘imparcialidade’ do jornalismo ‘diplomado’ nacional (diploma
pra isso?). Parte do ‘espetáculo nosso de cada dia’, senhores e senhoras! Amém!
* também publicado na pág. 11 do jornal Gazeta de Chapecó, em 23/05.
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