quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Leituras do Cotidiano: A crônica!


Entendam o cronista sabendo da crônica...


“Tudo é matéria para o cronista, ‘ilusionista, palhaço de circo, narrador versátil ou sóbrio filósofo’, o cronista não respeita limites na escolha do assunto nem no tom da linguagem. Ele bota graça, poesia e reflexão no tumultuoso mundo dos fatos concretos.”

Situação crônica

Minha entrada no mundo da crônica se deu a partir da leitura de escritores e cronistas como Lima Barreto (primeiro a me inspirar escrever crônicas e publicá-las), João do Rio, Rubem Braga, Mario Quintana, Nelson Rodrigues, e mais recentemente, Marcelo Mirisola e Juremir Machado, entre outros. Percebam assim, como minha situação é crônica...

Modalidades da Crônica

Além da crônica histórica ou anais, há crônica social, política, esportiva, literária, sendo esta última aquela que requer mais esmerada elaboração de linguagem e que, no seu transcender, pode ter tônica lírica, épica ou dramática, pode tender ao sociológico, ao filosófico, ao histórico, ao trágico. 

Na crônica casam-se geralmente bem a dissertação, a descrição e a narração, sendo manos frequente o diálogo. Sua linguagem tende mais para o humor, a ironia, a jocosidade, a ambiguidade, mais para o efetivo do que o racional, com forte tom de subjetividade. 

“A habilidade do cronista consiste, precisamente, em captar e resgatar do transitório cotidiano aqueles elementos ou aspectos que possam manter valor humano-social permanente.”

(Adaptação textual minha, a partir do folheto literário ‘Ô Catarina!’ #47: A Crônica)


*
Comecei a escrever por uma necessidade. Talvez a mesma que me fez compor música um dia e sair por aí tocando. Sou um homem recatado, um tanto envergonhado, por mais que às vezes não pareça – e muitos duvidam. E escrever ou me apresentar artisticamente, seja com as bandas em que toco ou com o grupo de poesias onde leio (ou mesmo, em sala de aula lecionando ou nas minhas instruções de Wing Chun e fotografando), todas essas foram formas que encontrei para poder me expressar. E hoje posso dizer que vivo dessas minhas expressões. Pra tudo isso, tenho um bocado de ideias, certos conhecimentos, a palavra e meu corpo. Um errante, um canceriano sem lar como eu, não tem muita escolha, feliz ou infelizmente. Então a afinidade, o anseio e a necessidade de tornar minha vida uma vida feita de expressões. E é por isso que escrevo ainda hoje e aqui... 


* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó, em algum dia de janeiro de 2014.




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