Entendam o
cronista sabendo da crônica...
“Tudo é matéria para o cronista, ‘ilusionista,
palhaço de circo, narrador versátil ou sóbrio filósofo’, o cronista não
respeita limites na escolha do assunto nem no tom da linguagem. Ele bota graça, poesia e reflexão no tumultuoso mundo dos fatos
concretos.”
Situação crônica
Minha entrada no mundo da crônica
se deu a partir da leitura de escritores e cronistas como Lima Barreto
(primeiro a me inspirar escrever crônicas e publicá-las), João do Rio, Rubem
Braga, Mario Quintana, Nelson Rodrigues, e mais recentemente, Marcelo Mirisola
e Juremir Machado, entre outros. Percebam assim, como minha situação é
crônica...
Modalidades da Crônica
Além da crônica histórica ou
anais, há crônica social, política, esportiva, literária, sendo esta última
aquela que requer mais esmerada elaboração de linguagem e que, no seu
transcender, pode ter tônica lírica, épica ou dramática, pode tender ao
sociológico, ao filosófico, ao histórico, ao trágico.
Na crônica casam-se geralmente
bem a dissertação, a descrição e a narração, sendo manos frequente o diálogo.
Sua linguagem tende mais para o humor, a ironia, a jocosidade, a ambiguidade,
mais para o efetivo do que o racional, com forte tom de subjetividade.
“A habilidade do cronista
consiste, precisamente, em captar e resgatar do transitório cotidiano aqueles
elementos ou aspectos que possam manter valor humano-social permanente.”
(Adaptação textual minha, a
partir do folheto literário ‘Ô Catarina!’ #47: A Crônica)
*
Comecei a escrever por uma necessidade. Talvez a
mesma que me fez compor música um dia e sair por aí tocando. Sou um homem
recatado, um tanto envergonhado, por mais que às vezes não pareça – e muitos
duvidam. E escrever ou me apresentar artisticamente, seja com as bandas em que
toco ou com o grupo de poesias onde leio (ou mesmo, em sala de aula lecionando
ou nas minhas instruções de Wing Chun e fotografando), todas essas foram formas
que encontrei para poder me expressar. E hoje posso dizer que vivo dessas
minhas expressões. Pra tudo isso, tenho um bocado de ideias, certos
conhecimentos, a palavra e meu corpo. Um errante, um canceriano sem lar como
eu, não tem muita escolha, feliz ou infelizmente. Então a afinidade, o anseio e
a necessidade de tornar minha vida uma vida feita de expressões. E é por isso
que escrevo ainda hoje e aqui...
* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó, em algum dia de janeiro de 2014.
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