sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Rolezinho em shoppings e a ostentação

As propagandas prometem. A publicidade promete. A TV, o rádio, a internet. O discurso político. Todos prometem. Eles mentem! – ou a grande maioria não cumpre. Crianças e jovens são as principais vítimas dessas promessas. Produtos expostos nas vitrines. Roupas de grife, carrões, mulheres que seguem um padrão de beleza, etc. Tudo é desejo, ostentação e consumo. A economia brasileira nunca esteve tão bem em toda a sua história. A classe média ascende como nunca. A favela sai de si mesma e finalmente pisa no chão que a democracia e a publicidade oferecem para TODOS, independente da condição cultural e econômica. Pelo menos é assim o discurso. Pelo menos é assim a propaganda. São enganosos? O que vocês acham? Os chamados rolezinhos nos shoppings tem fundo numa questão histórica, cultural e social. E não adianta urrar. Temos feridas abertas e não há remédio ou milagre que cure. É preciso retratação. Não pessoal, mas histórica. É preciso parar de fingir e mentir. Pobres e favelados também querem ter e ser, com todo o direito que a propaganda lhes oferece. A grande mídia oferece ostentação. As lojas, os shoppings. E é isso. TODOS tem o direito. É a liberdade! É a democracia! É o capitalismo meus amigos. E pra isso, não há medicamento ou polícia. Não adianta chorar nem espernear. Vivemos de processos históricos. E os rolezinhos fazem parte deste processo. Não são causa, são efeito. Sejamos todos bem vindos ao mundo das oportunidades!


* também publicado no jornal Folha do Bairro, 17/01



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