Enquanto
sem sofrimento algum eu escrevo alguns fracassos, você se esforça para parecer
ser. Fracassos é como chamo alguns textos que escrevo aleatoriamente,
independente da temática, compromisso ou motivo. Sou perito em fracassos e você
é perita em fazer parecer ser o que não é. Vejo suas imagens compartilhadas
pela rede social e, definitivamente, não é você. Sim, eu também sei, nem sempre
aquele sou eu. Mas você, nunca é você. E entre ‘nem sempre’ e ‘nunca’, existe
uma diferença considerável. Poderia, volta e meia, se permitir e ser você
mesma. Se fizer isso, vai ver, certamente terá uma boa experiência. Enquanto eu
encho a tromba de vinho e escrevo este fracasso, você retoca a maquiagem. Mas
no fim, somos todos fracassados, cada um a sua maneira, um mais que os outros,
mas ambos fracassados que representam, mas nem sempre ou quase nunca, ou mesmo
nunca, são. Aprendi a lidar com meus fracassos, meus estados de degradação,
justamente reconhecendo eles e eu. A cada fracasso um vinho. E como é bom
fracassar! Plagiando Vargas que disse: “Saio da vida para entrar na história”, eu
digo: “saio da ‘estória’ para entrar na vida”.
* também publicado no jornal Folha do Bairro.
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