sexta-feira, 17 de junho de 2011

GREVE gera MOVIMENTO que gera alguma coisa que gera outra, etc...

Mais uma greve acontece. Olho pela janela e vejo lá fora pessoas reunidas. São tão perigosos! – assim como eu. Sinto que nem tudo está perdido. A greve traz de volta um romantismo fantasmagórico, secular (senão, milenar) - o romantismo da ação como elemento vivaz na trajetória das sociedades humanas. Por mais que alguns ‘intelectuais-filósofos-passivos-pacifistas’ (ou pacienciosos) de tino ‘pós-moderno’, torçam seus narizes, a beleza também está no movimento. A luta travada na rua que vai além, muito além, do legalismo institucionalizado entre quatro paredes. A greve dos professores do Estado e dos cobradores e motoristas de ônibus (os ditos transportes públicos) encontram-se em um grande movimento de categorias distintas e uma única classe pelas ruas de Xapecó – que segundo a definição do velho Karl Marx se chama: a ‘classe trabalhadora’. E isso é romântico! Mas isso não significa que ‘esse romantismo’ seja um mero ideal, uma utopia distante e/ou fantástica. É real! Está acontecendo. E não longe daqui. Aqui mesmo. Olhem pra fora. O mundo gira e está em pleno movimento. Não dá pra ficar parado. Vamos lá! Levante a bunda da cadeira e saia pra rua você também. Não espere a morte aí, sentado, na existência minimalista do mero reprodutor. A ação de chama. A vida te convida para dançar. Mexa-se! A teoria só tem valor quando é posta em prática. Dizer, falar, escrever, faz parte, mas não é tudo (ou é quase nada). E eles estão tentando. Colombo (que é Raimundo e não Cristóvão), apela, jogando baixo, ameaça descontar dos professores grevistas os dias parados. Estratégia de desmobilização. Fragmentar o movimento é uma tática velha, mas que dá resultados (geralmente!). Nosso atraso social se dá também (e talvez, principalmente), pelo mau trato aos formadores-deformadores: os professores. E eu, como um ser dessa ‘laia’, me incluo nisso. Não estudei pra ser simplesmente um ‘falador’, e na minha condição – e tendo consciência dela – faço, da forma que sei e posso, algo para somar nessa ‘luta’. Percebam! Hoje minha crônica é um quase manifesto de classe – é o meu lado comuna que às vezes acorda. Mas não é só isso. Meu interesse vai além do apoio a categoria da qual eu faço parte. Estou pra gerar movimento como a greve está pra gerar ‘justiça social’. Já que, onde está o movimento está a vida, pois ela nunca para – quando parar já não é mais vida, é morte... & insignificância.


Um comentário:

Ireno Franz disse...

Que porrada! O PSD é mesmo um golpe. A greve é o instrumento de combate ao desleixo do Estado e das empresas privadas. A maconha deve ser liberada, seria um avanço. Muito bem! Textos coerentes, críticos, sem perder o sarcasmo e a literatura.