segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Na estação...



















Estamos na estação. Esperamos o trem passar. Pra onde vamos afinal? Alguém nos espera longe daqui? Eu não sei! Você sabe baby? Então me diga... Se souber! O tempo passa e as coisas vão se transformando nesse movimento caótico que é a vida. E não me venha dizer que tudo está pré-determinado! E não me venha falar da descoberta do eu. De um lugar melhor, além disso, tudo. Dos céus ou do paraíso. Não. Aqui é nossa morada. Nosso lugar. Talvez, até sejamos intrusos, forasteiros, uma praga, uma chaga que veio só pra destruir – é o que me parece quando comparo a humanidade aos outros animais da natureza. Mas, é certo que também não duraremos. Aos poucos vamos envelhecendo e sucumbindo, como todas as coisas vivas - & as mortas, pois, ‘tudo o que é sólido se desmancha no ar!’ (já dizia o velho Marx). E o velho Marx era sábio, independente das suas utopias e teorias materialistas. Eu me sinto desmanchando no ar. Você não baby? Sua roupa, sua casa, seu jardim, suas vontades e desejos? Se ainda há tempo, o tempo é agora. Já! Se adiarmos sempre, a cada vez, o tempo se esgotará. A vida não é depois nem amanhã. Que tal vivermos? Vamos viver? Pois, ‘a vida é agora!’ – assim diz uma canção de que gosto. Mas qual é o problema? O seu problema? O meu problema? O nosso problema... Sim, os problemas são nossos. Estamos coligados baby! Nesse conto, nesse filme, nessa novela, nesse romance. Nessa prosa. Um dia, quem sabe estaremos também num poema, numa canção. Quem sabe. Ontem fiz um verso novo. Peguei no sono e ele se apagou. Não, não foi nenhuma mão ordinária. Ele se foi sozinho. Desapareceu. E quando eu acordei para relê-lo, cadê?! Já não estava mais lá, naquele papel amarelado sem linhas. Cheguei a pensar que fora um devaneio ou obra de algum sonho meu. Mas não. Eu escrevi. Tenho a quase certeza de que sim. A quase convicção. Quase. Mas quase não é nada absoluto. Quase é quase. Então eu quase sei do poema. Eu quase sei quem sou e quem você quase é. Pois bem. Acho bom eu ir parando de divagar por aqui. Lá vem nosso trem. Apita distante, mas vem. Vamos embarcar e ver até onde ele vai dar ou vamos parar numa estação que acharmos bonita, interessante? O que você acha? Quero saber de você. Por favor, me responda! Me diga! Sozinho não posso decidir – e nem quero partir. Afinal, estamos juntos, não estamos?



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