sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

...a saidêra!

Um brinde!







                                                                                     











                                                                             para todos e para ninguém

Ontem mesmo encontrei a felicidade na esquina. Era o olhar de uma puta decadente sorrindo e fumando seu cigarro paraguaio. Era o balançar do rabo de um cão abandonado e cheio de pulgas (e não sei por que, mas acredito que alguém que possui eternidades deu seu nome de ‘perigo’). Era o olhar sujo de uma criança selvagem que corria pela rua cantando uma canção esquecida. As pessoas nascem, crescem, se reproduzem e morrem. Tanto aqui quanto em qualquer outro lugar. Algumas nem chegam a nascer direito. Outras, não crescem. Muitas não se reproduzem. Todas morrem! E eu estou feliz. Pela puta, pelo cão e pela criança. Feliz porque moro numa cidade cheia de prédios bonitos e automóveis luxurientos e gente feliz. Uma cidade onde todos podem sorrir e cantar, alegremente, sem aquela reclamação chata que alguns cronistas insistem em publicar nos jornais ou blogs por aí. Sem aquelas manifestações mais chatas ainda que muitos insistem em postar nas suas redes sociais mundo a fora ou despejar pelas ruas limpas e ordeiras da cidade. Eu sou um chato. Um chato dos piores. Mas minha chatice chega a ser cômica. Muitos não me toleram por isso. ‘Esse chato!’. Mas ser chato tem lá as suas vantagens. Sendo um chato, afasto de mim os que eu considero chatos. Mas o dia está bonito e vai chover. Xapecó precisa de água para molhar a terra, amenizar o calor e limpar toda a sujeira que existe pelas ruas ou por detrás de alguma mesa. Olho para as luzes de natal e vejo seu brilho como é artificial e pouco intenso. Olho para o sol e o seu brilho é o mais intenso e me cega. Então olho para o brilho dos olhos de quem eu amo. As crianças, os cães e você(s). Os brilhos dos seus olhos me alimentam e têm toda a intensidade de que eu preciso. Eu sorrio. Nós sorrimos! O mendigo que passa diz que eu tenho o olhar triste, porém, vivo. Me alegro. E ele diz que a minha alegria, quando vem, pelo menos é sincera. Eu ouço, enquanto alguns transeuntes sussurram: ‘Loucos!’. Da minha guitarra tiro acordes e melodias que dão para a rua. Quem passa também deve pensar: ‘Louco!’. Não nasci para tocar guitarra. Nem para escrever. Mas foi o que o mundo deixou pra mim. O que me restou nesta festa de gigantes que, lá no final, acabam sempre por devorar a si mesmos. E eu acho tudo isso trágico & divertido. Hoje é um tempo tão belo pra se viver! O natal chega e o ano logo, logo se encerra. Começa outro e assim por diante. E eu ainda respiro, porque ainda existem coisas para lutar por elas (enquanto existir energia e motivos pra isso). Pois bem, meu bem! Hoje vou sair de casa & beber uma com Dionísio - e se alguém ligar, por favor, diga que eu não existo.



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