sábado, 8 de outubro de 2011

Enquanto isso no ‘Velho Oeste’....

É espetacular! (parte II)















Dia 07 de outubro, primeira noite de Efapi 2011. Parque lotado. Nunca havíamos tocado pra tanta gente assim antes. E foi muito bom! O som não tava lá aquelas coisas e pouco dava pra se ouvir no palco, mas... Parte considerável do público respondeu nossas provocações sonoras e musicais, o que para uma banda local de composições próprias e independente (leia-se Epopeia), foi ótimo. Essa noite foi também a noite do projeto ‘Entrevero de rock’, uma reunião de bandas locais que busca fortalecer a cena do rock independente de Xapecó. Estava indo tudo muito bem, quando a última banda do projeto entrou no palco. Não deu tempo nem de esquentar e o som foi cortado para a entrada de um outro ‘espetáculo’, o do poder público. Num tempo maior do que a apresentação das bandas locais, a prefeitura deu seu show publicitário. A última banda teve seu tempo reduzido para que, nos telões ao lado dos palcos, entrasse a propaganda político-ideológica dos 'feitos' da prefeitura (é a valorização da cultura local meus amigos!). De cara, aquilo me lembrou a propaganda nazi-fascista da Segunda Grande Guerra, onde o discurso de tom ufanista enaltecendo o ‘trabalho’, mexia com o orgulho da população, conclamando-a a seguir e sustentar o poder institucional – mas foi só uma relação de um historiador chato, não liguem! (normal entre essa raça encomodativa). Só faltou dizer: ‘Votem em...’, mas nem precisou. Nas entrelinhas da linguagem o recado foi dado. Segundo alguns sociólogos, é o uso da ‘máquina pública’ para a propagação de idéias e convencimento coletivo – o que os mesmos chamariam de ‘manutenção do poder’. E o respeito ao público que foi até o parque pra curtir as bandas locais tanto discursado nos telões dos palcos e na propaganda da feira? (alguns estão procurando até agora!). Bem, não estou contando nenhuma novidade. Quem esteve por lá pôde assistir isso, enfim. Realmente, é ‘espetácular!’ - & o espetáculo continua!


2 comentários:

Paula Navarro disse...

Doeu no estômago! Senti o corte, como espectadora e apreciadora do rock chapecoense. Lamentável...

Anônimo disse...

O maior problema desta história pode ser reduzido em 3 letras: G D O .
E claro, a pergunta: por que a GDO?