quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O amor: estrada que dói!


"Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal". (Nietzsche)

Se ‘Deus é amor’, porque o amor pode ser um pecado, um crime, assim, uma proibição? Dentro da lógica, se for assim, Deus é um pecado, um crime (depois, uma proibição). Um discurso, uma moral, um controle: parte da convenção social. Assim não se segue nenhum deus, nada disso. Isso é papo! Se segue sim, uma norma, uma moral, uma conduta, a vigência de uma convenção. Tudo é racionalizado dentro dessa moral, dessa convenção. O mais é discurso. Possivelmente, algum cristão ou pseudo-cristão, algum moralista, algum produto desse discurso, deve estar se contorcendo ao ler essa ‘blasfêmia’ crônica que eu prossigo parindo. Mas não se abalem, já devem saber que ‘a vida não é fácil pra ninguém’. Nisso, não é pra você - não é pra mim. Mas cada um faz aquilo que pode, não é? E o que eu posso, estou fazendo, e se você não me atrapalhar, não me encher o saco com suas crenças (que são só suas e não minhas) e sua falta de bom senso e sinceridade consigo mesmo, meu trabalho acontece. Pratique sua tolerância e volte-se ao seu mundo. Tente perceber do que você é feito, do que você se alimenta no dia-a-dia, antes de tecer qualquer conclusão precipitada e acabar por matar seu próprio Deus, seu amor próprio. Assim, talvez, seu paraíso lhe espere realmente. Talvez! Nesse nosso modo de conceber, reproduzir e aceitar ou não as coisas, às vezes penso que o amor é uma impossibilidade. Nisso, interpreto o pensamento de Júlio Dantas: “Quem encontrar na vida o verdadeiro amor. Deve escondê-lo, longe do mundo, como um tesouro”. Esse ‘pensamento’ me chega como um alerta: “Esconda, pois essa ‘verdade’ sangra a moral” – e a felicidade para os que punem o amor, só pode existir no paraíso (e assim o amor é enquadrado e se torna uma propriedade). Assim como a imagem de Jesus sofrendo pregado na cruz, nessa nossa moral, nessa nossa cultura, é preciso sofrer também. ‘Ninguém alcança aos céus sem um sofrimento’. É preciso sofrer para pagar, assim como conta a ‘estória’ bíblica, e assim como reproduz, mesmo que inconscientemente e distorcidamente o ‘cristão’. Mas se Jesus já pagou, porque pagar novamente? O pecado não foi saneado? Enfim... Acredito que isso vai dar em algum lugar, sim! Segundo Bukowski (um maldito escritorzinho aí!), cada espécie destrói a sim mesma. Nisso, a humanidade é como os dinossauros que, depois de comerem tudo a sua volta, passaram a comer um ao outro, e quando um só restou, acabou morrendo de fome.


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