quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Gênero: Drama
























...é assim que vem escrito na caixinha dos filmes expostos para locação nas locadoras. Às vezes me sinto parte de uma trama, numa ‘estória’ de drama duma novela mexicana ou de um filme do Pedro Almodóvar. A diferença entre eles, é que a novela mexicana sempre acaba bem, enquanto os filmes do Almodóvar, sempre mal. Talvez seja por isso que meus ‘dramas’ tem mais haver com Almodóvar. São dramas reais e não meras novelas fictícias. Almodóvar se utiliza de temas reais. Talvez essa parte ‘dramática’ da minha vida seja resultado da minha preferência pelo cinema de Almodóvar. Então, nem reclamo – mas contesto! Se trocasse Almodóvar pelas novelas mexicanas (ou as da Globo), quem sabe meus dramas terminassem bem. Mas não sei se vale à pena. Os maniqueístas que escrevem essas novelas já o fazem pensando em aniquilar e afastar um público como eu. ‘Esse tem que sofrer, como nos filmes do Almodóvar!’ – pensam eles. Mas então, que seja! Quem vive no lodo é pra se melecar mesmo! - e esse mundo cheio de situações dramáticas é um enorme pântano, um lodo, um atoleiro, que se você vacilar afunda nele. Por isso, é preciso estar sempre atento, cuidar onde pisa e com quem se está atravessando o pântano. Se sujar é coisa comum – e quem está limpo nisso por acaso? Quando o lodo chega ao pescoço, logo, logo, o sujeito será afogado. Portanto, muito cuidado com isso! Muitos estenderão a mão, certamente. Mas a maioria, para empurrar. Um que outro, para puxar o irmão de volta. Esse é o roteiro típico de um Almodóvar. Se fosse nas novelas mexicanas, o príncipe encantado, o galã ou algo que valha, apareceria de repente e salvaria a ‘estória’, e tudo acabaria bem. Agora sorria e volte para vida real porque o trama terminou e o drama da vida cotidiana continua. No fim, é Almodóvar que prevalece, com sua dureza, com sua intensidade, com suas ‘estórias’ cheias de sangue, dor, sexo, amor, paixão, violência, poesia, erotismo, música, cores, vida. Nada de muita maquiagem. Nada de muita moral. Nada de muita ilusão. O drama é um gênero cinematográfico que diz muito da vida real das pessoas. Por isso, grande parte delas não gosta desse gênero. Grande parte das pessoas não quer encarar a vida de frente, por isso sempre que podem, optam pelas novelas mexicanas (ou da Globo), ou pelo mirabolante e banal cinema de aventura Hollywoodiano, onde tudo é invenção, alienação, manipulação, espetáculo. Assim como a maioria da vida das pessoas que não querem aceitar os dramas humanos tão presentes em Almodóvar.




Penélope Cruz, uma das 'musas' de Almodóvar.. não haveria de ser diferente!



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