quarta-feira, 13 de julho de 2011

Marchas...

Tempos atrás acontecia no Brasil - no tempo do FHC, o último presidente da era pré-Lula-lá - a Marcha dos prefeitos à Brasília. Nessa marcha, prefeitos de todo o país iam reivindicar mais investimentos aos municípios, que pareciam à beira da falência. Creio que tenha sido o início do tempo das marchas contemporâneas. Hoje, no contexto econômico brasileiro, essa marcha, especificamente, já não parece mais necessária. Mas outras marchas surgiram. Entre elas estão a Marcha da maconha, Marcha das vadias, Marcha da Liberdade, Marcha para Jesus, Marcha Paraguai, Marcha militar, Marcha ré (ou Parada Gay), entre outras. Quase todas em busca de seus direitos e/ou interesses.  O que acontece é que algumas têm seus reais motivos de serem, já outras, aproveitam o oportunismo para espalhar suas ideologias. Não vou aqui distingui-las, pois a questão é ‘elas’, e não ‘algumas delas’. Algumas dessas marchas são importantes. Outras, interessantes. Já outras, oportunistas - e essas servem de reforço ideológico para a manutenção de algum status ou poder. Adquirir mais súditos e/ou fiéis pela ‘causa’ e ou ‘ideal’. É por isso que muitos se manifestam - outros, pelas causas desconhecidas. Mas esse ‘fenômeno’ contemporâneo vai tomando conta das ruas, e ainda é cedo para uma análise sociológica, filosófica, antropológica e até mesmo histórica, que dê conta das variáveis disso. A Revolução Francesa, tanto quanto as idéias Iluministas e a Comuna de Paris, através das idéias, ainda estão presentes nos nossos dias. O filósofo iluminista Voltaire defendia: “Não concordo com uma palavra do que dizes, mas defenderei até a morte o direito de dizê-lo”. Essa é uma das máximas que legitimam o que conhecemos por ‘liberdade de expressão’. Depois veio os anos de 1960 com as manifestações jovens, o Maio de 68 francês, o rock e a Woodstock, o feminismo, as ruas de São Francisco nos EUA, etc. Tudo contribuindo, somando para que as marchas e/ou mobilizações e movimentações populares acontecessem. O MST (Movimento Sem Terra) vive em marcha. Mas essa é ainda uma marcha ‘maldita’ para o sistema capitalista, principalmente para os latifundiários. Algumas, além de reivindicarem, geram lucros ao comércio. Não estou dizendo que isso tira o teor ‘libertário’ das marchas, só estou considerando aspectos. Seria estrondosa uma Marcha dos favelados, dos Indígenas, dos Moradores de rua, dos Loucos, dos Malditos, Marginais & afins. A marcha dos Invisíveis, daqueles que não servem ao lucro nem ao discurso ideológico...


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