sexta-feira, 8 de julho de 2011

Preconceito na rede

“Só se perdoa o diferente, pois se eu busco o semelhante, que pensa e age como eu, estou em busca de mim e não do outro”. (Jacques Derrida)

As redes sociais estão cheias de idiotas preconceituosos. Às vezes tenho até vergonha de sair pra rua e saber que parte dos que transitam são bestas ambulantes e que, como eu, são classificados de seres humanos. Navegava na internet em busca de pauta para um texto, especificamente no (al)face book, quando li nos comentários de um vereador local, manifestações de pessoas (na maioria jovens), sobre a questão da demarcação das terras para os indígenas aqui em Xapecó. Ser contra ou favorável, até aí, tudo bem - desde que se tenham argumentos fundamentados, sem ‘achismos’ ou preconceitos. O debate é sempre salutar quando é feito de maneira dialética. Mas, não é isso que acontece geralmente. A falta de conhecimento, somada a falta de bom senso e a estupidez, acaba gerando um ‘simplismo’ optativo que deságua na reprodução de valores imbecis. Alguns comentadores no face book do vereador em questão, falaram dos indígenas como estes fossem ET’s – sim senhoras e senhores, em pleno ano de 2011. Muitos ainda vomitaram conceitos, como o de ‘evolução’, sem contexto algum. Tipo, ‘precisamos evoluir!’, ou ‘índios querem terra, mas não querem trabalhar’, etc. - como se fosse simples assim. Como é difícil compreender uma cultura e aceitar as diferenças. Falta de estudo, estrada, experiência... e laço. Sim, falta de laço! O que esses pais fizeram (ou deixaram de fazer) para que essas criaturas com mentalidade retrógrada pensem dessa forma? Eu não sei. Não sei mesmo! Por isso preso pela desconstrução de determinados valores nas salas de aula. As crianças, sim, elas podem mudar isso, só elas. Mas é uma luta, ardente, ousada, daqueles que miram a transformação. Indígenas, bem antes de qualquer outro grupo social, já habitavam este chão. Ambos, indígenas e colonos, foram ludibriados, passados para trás, por uma elite coronelista-colonizadora, depois, comercial-industrial, lá no início, e com o aval da Igreja. Depois a coisa foi aparecendo, e hoje ainda, muitos pensam daquela forma. Num país de latifúndios e discriminações sócio-étnico-culturais, esses reprodutores que se manifestam em redes sociais de forma preconceituosa, deveriam ser banidos. Isso me dá motivos para ser favorável a um tipo de ‘limitação’ nestes meios...


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