quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Brindemos por Xapecó!


















A terra em que pisamos agora não teve nome um dia. A mesma terra que já era habitada muito antes da chegada dos imigrantes, das empresas colonizadoras e dos coronéis. Povos indígenas e caboclos eram esses habitantes. Os sobreviventes daquela antiga geração (que ainda são, mesmo em condições não tão favoráveis). A cidade que já foi escrita com ‘X’ um dia, e que passou a ser escrita com ‘Ch’ por motivos ‘obscuros’ (ou por algum interesse de ordem ideológica e política?), hoje aniversaria. Atualmente se fala de algum levantamento antropológico para uma ‘possível’ demarcação das terras indígenas e, antes mesmo que isso aconteça, pessoas, instituições, políticos, entre outros, se mobilizam contra. Que medo é esse? Muita calma nessa hora! É a democracia de vocês que está sendo, de fato, posta em prática! Qual é? Vocês não são só discurso, são? Os indígenas não eram! Os caboclos não eram! Na praça central o busto do coronel. As ruas levam nomes de ‘gente importante’ (e há gente que não é importante? – principalmente segundo a moral cristã) que construiu essa cidade em suas diversas dimensões. Ao lado da igreja matriz, lá está ele, sobrepujante, o desbravador, símbolo da força daqueles que desbravaram o Velho Oeste – no caso, depois dos indígenas e caboclos (mas este é só um detalhe, pra muitos, inclusive, ignorado). Falo do lado dos que ficaram a margem, pois dos ‘desbravadores’ de origem européia, grande parte dos citadinos já o fazem, reproduzindo valores eurocêntricos, mesmo não tendo plena consciência disso. Esses, no caso, já são contemplados pela história oficial e costumes ocidentalizados. Aqui, na dita terra de Condá, forasteiros foram linchados e queimados em via pública, sob os olhos da sociedade, do poder público da época, da política, da igreja, das crianças. Pobres crianças! ‘Mas isso é passado Herman, já não importa tanto!’ Pra mim, ‘historiador’, por mais medíocre que seja, importa sim! Pra mim, escritor-compositor-professor-morador dessa cidade, importa sim! Carrego também, o peso dessa História nas costas e na consciência, pois tenho memória e a alimento com boas doses diárias de exercício mental. Mas nem tudo é dureza nessas minhas recordações. Se não gostasse nenhum pouquinho da cidade, já estaria longe daqui faz tempo. Enfim. As coisas boas são mais fáceis de conservar e buscar. Pra um cronista do cotidiano como eu, me enobrece rememorar e dar meus parabéns pra cidade que também é minha, cantando e dançando ao lado daqueles que muitas vezes não são nem notados. Por isso, um brinde pra nós... TIM-TIM!



Um comentário:

Anônimo disse...

PAU-LA-DA!