sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Mas quem é você mesmo?

Não me surpreende idiota qualquer querer criticar o mundo com discursinhos de cartilha e linguagem burocrática, como se isso fosse uma grande novidade, um grande feito. Sim, eu escrevo. Pra algum idiota recalcado que lança seus perfumes paraguaios na blogosfera, eu escrevo num jornalzinho de quinta categoria. Sim, esperava o que imbecil?! Num país que pena pelo seu baixíssimo índice de compreensão?! Numa cidade de metidos a filósofos que não passam de medíocres-bestas de um raciocínio meramente discursivo e reprodutor?! Se o jornal que escrevo é de quinta, ókei! Não tem problema! Como já disse, esperava o que? Como diria um poeta colombiano: “Minha literatura é mediana para um país mediano como é o meu”. Olhar pros outros tendo a nebulosa impressão ou interesse de que eles se acham maiorais, essa insistência, esconde uma gigantesca frustração. Se auto excluir das mazelas mundano-sociais e culturais é que é se postar ‘superior’. E isso é comum, muitos assim se enxergam. Falta tino, teor, culhão. Falta chão pra essa gente que cria ou faz parte de novelas, como as da Globo, onde o mote principal são as intrigas pessoais de caráter individualista pequeno-burguês. Críticos do mundo virtual e do mundo real, sejam do jornalismo oficial e impresso, televisivo ou mesmo de algum blog pretensamente filosófico, esses que se assentam em lugares comuns, confortáveis, são eles os que também fazem engordar o espetáculo de mediocridades já lançados pela indústria cultural, reproduzindo assim a vulgarização das idéias, tornando banais as críticas realmente fundamentadas e desconstrutoras da ‘verdade’. Toda crítica perde o sentido se não acompanhada de uma prática. A critica pela critica não passa de ‘falação’. De teorias ou pseudo-teorias filosóficas o mundo está cheio. Em suma, um amontoado de lixo verbal, publicado pra uma auto-satisfação, um pretexto para uma covardia de ser-estar, um depósito de palavras e tiros ao além. Nesses textos, nessas práticas, podemos até encontrar citações dos grandes, que só servem para dobrar, tentar legitimar alguma idéia ou dito, e que no fim andam na direção do conformismo e da acumulação das mesquinharias pessoais cotidianas. Sim, na sua auto conclusão, no seu auto convencimento, eu sou um escritor de quinta que escreve num jornal de quinta por alguns trocados. E você? Quem é você mesmo?  


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