terça-feira, 16 de agosto de 2011

...é, talvez!

O coadjuvante


O coadjuvante sempre está à espreita. É o segundo, o retardatário. O coadjuvante é puxa-saco, baba-ovo, e tudo aquilo que legitima e deixa bem e satisfeito o protagonista (no caso, o ‘papel principal’ na novela da vida real). Muitas vezes, o coadjuvante fala em nome do protagonista, defendendo-o de possíveis críticas. O coadjuvante é a marionete, o boneco do protagonista, do ‘astro’. O coadjuvante é um reflexo. Quando o coadjuvante se olha no espelho, vê refletido nele aquele que gostaria de ser. Se não puder ser, pelo menos ter alguma relação com seu objeto de cobiça, desejo, com o seu ‘espelho’. O coadjuvante sai em defesa das idéias do protagonista, geralmente, por falta de idéias próprias. O protagonista, por sua vez, aprendeu a controlar psicologicamente o coadjuvante, que nem percebe que está sendo manipulado. Ele, o coadjuvante, faz o que o ‘astro-protagonista’ deseja, muitas vezes induzido, outras, por ser mesmo um baba-ovo. O coadjuvante também quer estar em evidência, mas antes disso, quer que seu ‘mestre’, seu ‘herói’, seu ‘astro’ esteja. Estar em evidência é difícil, devido a concorrência que é muita, por isso, o coadjuvante se vê representado pelo seu ‘ícone’, seu herói. Nisso, não poupa esforços para elevar o nome do ‘astro’. O coadjuvante assim, se sente parte de uma equipe, ou uma dupla, onde ele tapa os buracos do protagonista (no sentido metafórico, sem malícias, ok?), reforçando o que o mesmo diz, faz ou idealiza. O coadjuvante é como um papagaio ou um gravador que reproduz e reafirma os ditos e ações do seu ‘ídolo’. Já o ‘ídolo’ (protagonista), este é tão bajulado pelo coadjuvante (ou pelos coadjuvantes) que se sente único, exclusivo, maioral, superior. Ele, o protagonista, pensa que está além, num nível superior, onde o coadjuvante apenas sonha em chegar. Mas no fim, quem possibilita ares de superioridade ao protagonista é o próprio coadjuvante, sendo que, não existe protagonista sem seu (ou seus) coadjuvante(s). O protagonista não precisa lutar muito numa guerra, pois tem aqueles que lutam e até morrem por ele. A maioria dos que são protagonistas, não o são pelo talento, mas por causa dos coadjuvantes que os seguem e os enaltecem religiosamente. Ambos se completam, geralmente se merecem. Juntos formam uma entidade onde se auto defendem. Um complementa o outro numa relação de poder não tão visível a olho nu, mas tão comum na sociedade do espetáculo.



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