quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Sim, essa é a minha estatura!


“Herman, o dia do escritor passou e você não escreveu nada?!” Escrevi sim! Como é que não?! Escrevo todo dia. Essas minhas maldições às vezes até me dão dor de cabeça. Não busco aplausos nem o brio. Não busco redenção nem a salvação da minha alma pelas boas ações. Aliás, o que faço-escrevo, não está ligado às boas ações, nem de longe. Ontem andava na rua e alguém me atacou. Mãos vazias, mas boca e cabeça cheias de palavras guardadas pra mim. Menos mal. Palavras até ferem, mas dificilmente te fazem ir para um hospital. “Tenho críticas e elogios para te fazer Herman!”. “Tem um tempo pra isso agora?”. Aqui? No meio da rua? “Bem, tu é que sabe!”. “Poderíamos ir para outro lugar... um bar ou café...”. Não, não, tudo bem, pode ser aqui mesmo, se for rápido, tô cheio de coisas pra fazer... “Óquei, é rapidinho!”. Diga lá então... “Blá, blá, blá... Blá, blá, blá... Blá, blá, blá...”. Nisso, dez minutos se passaram. Eu já não sabia mais se continuava ouvindo aquilo tudo ou se abandonava a falação e saía correndo dali. Não que eu não considere aquilo que me falam, mas tudo tem limite. Além do mais, não era o momento nem o lugar pra querer discutir subjetividades como as que estavam sendo ditas. Num momento tive que interromper o assunto e interrompi. Muito bem! Beleza, beleza! Concordo com tudo isso! Ta legal! “Não, não pode!”. “Tu não pode concordar com tudo!”. “Como assim?!”. “Você é tão crítico nos textos!”. Sim, sim, posso ser, mas... “Pode ser?”. “Como assim?”. “Não pode não!”. “Você é!”. Beleza, então eu sou! Mas isso não significa que tudo o que eu diga, escreva ou possa parecer, realmente é. “Ah?!”. “Como assim?”. E lá se foram mais dez minutos. Meu amigo, eu escrevo. Eu divago. Eu publico. É isso. Não sou um pregador, conselheiro ou algo que valha. Sou apenas um escritorzinho interiorano que adquiriu seu espaço em alguns meios de comunicação. “Então você ta me dizendo que tudo o que você escreve você inventa?”. “Que é tudo mentira?”. Não, não. Não tudo! E inventar não é mentir. “Ufa!”. “Já estava pensando que você era um charlatão.” Não chego a tanto. Mas também não pense que sirvo de exemplo pra alguma coisa. Considere meus textos, os que achar que deva considerar. Só isso! “Mas... mas... É tão simples assim?”. É. Bem simples. “Ora bolas!”. “E eu achando que você era grande coisa!”...


Um comentário:

Roco - SP disse...

Muito bom seus textos! Críticos e recheados de ironia, ora poéticos, diretos e literários. Diversão com conteúdo e as fotos também são muito boas! Parabéns!