terça-feira, 8 de novembro de 2011

duas crônicas mundanas publicadas no Voz do Oeste por este que vos perturba a paz de espírito

Quanto vale o seu intelecto?

Que história é essa da academia brasileira de letras homenagear o jogador Ronaldinho Gaúcho com a medalha ‘Machado de Assis’? Não sabia que o dito cujo escrevia. Ou não escreve? Ele não é jogador de futebol? Mas isso também não é surpresa. A academia brasileira de letras, há tempos, tem atitudes medonhas, de uma miséria cultural se precedentes! Ter o ex-ex-presidente FHC (Fernando Henrique Cardoso) sentado numa das suas cadeiras, já explica muito dessa ‘academia’ (ou é o Collor de Melo? O Itamar Franco? O Sarney? Agora me confundi! Mas vamos em frente!). O grande poeta gaúcho, mestre no lirismo e dono de uma linguagem simples, porém profunda e inteligente, Mário Quintana, teve negado seu ingresso nessa academia. Tudo, porque ele era escritor - decerto! Talvez, se fosse um político falcatrua ou um jogador de futebol que ganha seus milhões por ano, teria sim seu banco lá reservado. Depois de ser enxotado da academia, veio o convite. Mas Quintana como um bom poeta (gaúcho ainda por cima – hehe!), na sua coerência, disse um sonoro ‘NÃO!’ ao antro dos intelectuais (muitos, intelectualóides!), ícones desse Brasil que tem como maior sucesso de vendas em ‘literatura’ um sujeito que escreve coisas exorbitantes, exotéricas, astronômicas. Vocês conhecem o Paulo Coelho? Pois é. Mas não é só aqui. No mundo todo, a literatura ‘quase fantástica’, mirabolante, divagante, onde vampiros, cavaleiros templários, garotas tristes e aquele arsenal de vazios se misturam ao bom mocismo de algum personagem redentor, onde linguagens que retardam e ignoram certa poética tão necessária a arte literária, deixam pobre a própria linguagem, a profundidade da estória, as palavras e frases. E a literatura passa a ser algo meramente alegórico, mercadológico, quando não, ideológico, perdendo assim seu poder artístico e criativo. E é esse tipo de literatura que predomina no mundo dos negócios, do dito mercado cultural. Diariamente vejo jovens e adolescentes com livros desse tipo nas mãos. Pobres criaturas! Queimem todo esse lixo! Existem grandes obras esperando para serem lidas por vocês! ‘Mas Herman, quem é você pra falar desse jeito?’. Sou o maior intelectual brasileiro dos últimos anos – depois do Ronaldinho Gaúcho, é claro!


11 Maneiras de se manter a sanidade num ímpeto de loucura

Numa crônica anterior eu falava do maior intelectual brasileiro que eu sou depois do Ronaldinho Gaúcho que foi honrado com o prêmio/medalha ‘Machado de Assis’ pela nossa insigne Academia Brasileira de Letras. É tudo a mais pura verdade, acreditem! Amém! Mas não só de ‘academias’ vive a intelectualidade brasileira. Temos os blogs também (e seus blogueiros, é claro!). Muito filósofo pra pouca ou nenhuma filosofia, isso é o que é! Como diz um amigo, meio cão, meio poeta, meio-meio: ‘Xapecó é uma cidade de muitos poetas e nenhuma poesia’ (e a rede está cheia desses enroladores burocratas e discursivos). Vou lançar um livro e espero que vocês comprem (só não sei quando), pois é pra vocês. Todos os meus cinco leitores vão poder ler com certo lirismo, admiração - ou nada disso - esse escriba que passa os dias entre um delírio e outro, algumas razões mal domadas, pólvora e muita palavra no papel. Uma rachadura. Um rabisco. Uma rasura. Uma ruptura. Sim, serei um escritor de sucesso, assim como dom Paulo Coelho ou Machado de Assis. Não, não estou comparando os dois. Se bem que... Ah! Deixa pra lá! Eu divago porque a divagação me faz bem – às vezes! Não, não estou bêbado. Só se chimarrão deixa bêbado e eu não sabia, aí sim! Pelo menos, acho que é erva mate que estou bebendo: “Ei Liza! O que é que você colocou nessa cuia?”. Acabo de voltar de duas aulinhas básicas. Um pouco de história, filosofia e música. Assim foram as aulas de hoje. Alguns alunos acham que eu bebo muito mate, e que ele acaba afetando minha memória. Sim, algumas ervas afetam mesmo, mas não a erva mate – não que eu saiba. Mas não é nada disso. É o excesso de informações o que às vezes me deixa meio desmemoriado. Desde criança leio muito. Placas, panfletos publicitários, cães que arriscam-se atravessando as ruas, certas caras de certas pessoas, certas palavras, certos aromas soltos no ar, revistas-livros-jornais, música... Aliás, me alfabetizei muito cedo em placas e outdoors nas rodovias, no tempo em que viajava bastante com meus pais, depois aprendi a realmente ler, além do que está registrado visualmente, e de lá pra cá, meus olhos e minha mente não pararam mais. Às vezes eu durmo. Às vezes me desligo de tudo (ou quase tudo – ultimamente ta difícil! Dio!). Acabo de cevar mais um mate. Vou bebê-lo antes que a água esfrie. Você! Hoje é segunda. Não se esqueça de folhar o jornal, pra frente devem existir informações preciosas, porque aqui reina a confusão - minha dose diária de Caos...



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