sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O dia depois de ontem...

                                                                                                
                                                                          ao som de Pixies (Where is my mind?)

É, o mundo acabou! A partir de agora passamos a viver na irrealidade. A cada fim de mundo eu renasço. Ano que vem tem de novo. Será 12 do 12 do 12. O fim marcado para as 12horas. Mas este ano, tem mais um fim. Dizem. 21 de dezembro, se não me engano. Um outro fim. Os apocalípticos de plantão já estão correndo contra o tempo. Decerto não sabem os tolos, o tempo é quem decide, sempre. Os arautos do apocalipse, os pregadores do fim, estão aí, sempre em volta enchendo o saco com isso. Mas realmente, o mundo acabou. Olhe para seu lado e veja quanta irrealidade há no mundo. O real só existe por causa dos conceitos. Tudo o que conhecemos, e só o que conhecemos, se conhecemos é devido ao conceito que criamos pra isso. Confuso? Sim. Confuso assim como tentar explicar o motivo das coisas vivas. As mortas, bem, essas morreram. Gosto do número onze. Sempre gostei. Desde criança. Nem sei por que, mas gosto. Hoje eu renasci. Aliás, a cada dia em que acordo renasço: “Opa! Acordei!” – digo pra mim mesmo. Acordo e o dia sorri pra mim. Agora basta eu retribuir. Não, não vou tornar esta crônica uma mensagem de auto-ajuda. Não se preocupem! Alguns podem estar até pensando: “Ah! Que pena!”. Mas isso não é pra mim. Não que eu seja alguém negativo (aliás, se fosse, nem gastaria meu tempo escrevendo tanto assim, na tentativa de mover algo do seu lugar), mas essa pretensa alegria, essa felicidade caricata, não faz meu estilo. Prefiro a zombaria, a alegria caótica do bufão, a felicidade espiral daqueles que não se disfarçam. Deixe o ideal para os idealistas. Deixe o discurso para os discursistas. Deixe a moral para os moralistas. Eu opto pela contradição, pelo caos meu de cada dia, pela alegria criativa e instável de ser. Somos todos vulneráveis e é a natureza que grita em nós, e nós calamos a sua boca para que não acordem os anestesiados do coma social. O fim do mundo é uma promessa. Uma falácia religiosa para que o medo recaia sobre as cabeças menos pensantes. A busca do paraíso através do sofrimento e do comodismo. A imagem do Cristo chicoteado carregando a cruz. Os fiéis o imitam. Os fiéis o veneram, idolatram, mas no fundo, vivem no escuro da razão. Movidos pelo medo da perdição, buscam a salvação através dessa luz. O fim é uma ameaça constante daqueles que rastejam e querem levar com eles todos os outros. Nem sabem os tolos, mas fazem sua própria condenação...

12/11/11.




















"As coisas que você possui, acabam possuindo você" (O Clube da Luta)


hgs.

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