domingo, 13 de novembro de 2011

Olha o golpe! (ou 'o pão dos patrocinadores e da TV.. o circo do povo')

“Essas lutinhas de bicha!”. “MMA o cacete!”. “Aquela macharada musculosa, com cérebro e corpo de academia, enrustidos de uma figa!” - assim é a indignação de Pablo. Em determinados aspectos concordo com ele. Até o entendo. Toda vez que acesso a internet, lá estão eles. Aqueles lutadores cheios de músculos e pelados (no sentido ‘sem pelos’ – até parecem artificiais!), dando porrada pra tudo quanto é lado. Porque tentam nos enfiar goela abaixo esse ‘espetáculo’ de horrores? Porque não botam mulheres dançando, pulando, cantando, sei lá! Mas não aqueles musculosos suados se agarrando no chão. Um esporte que deve render muito, além de influenciar a gurizada. Culto ao corpo, maldita herança grega. Vende-se uma idéia falsa de saúde e beleza. A saúde está mais na cabeça do que nos músculos e a beleza mais nos gestos do que no aspecto meramente físico. Existem pessoas que, quanto estáticas, são uma beleza, mas basta um único movimento para que a ilusão se desfaça e a tragédia venha à tona. Antes fossem estátuas, esculturas, mas não seres animados. O MMA, ou Vale Tudo (mudaram o nome por causa da má impressão que ele carrega, não foi?), tornou-se uma ‘modinha’, como tantas outras no país do ‘faz de conta’. Me intriga saber que algumas pessoas que se acham e/ou se dizem ‘críticos’, ‘pensadores’, ‘rebeldes’, ou pelo menos, posam como tal, estarem entusiasmados com esse tipo de ‘espetáculo’ midiático. Mas isso também não me espanta. O ser humano vive de paixões. Eu mesmo sou um apaixonado. Dos piores. Quando amo alguma coisa, é foda! Só eu sei. Mas isso não! Gostar de ver essa macharada se comendo na porrada, não é pra mim. Sou mais um ‘kungfuzinho’. Antes, uma rinha de galo. Vale tudo não. Mas, existe gosto pra tudo, não é? Pablo se irrita com isso, se revolta, solta o verbo. Eu não tanto. Só faço minhas considerações escritas e/ou verbais nesse sentido. Não me estresso com isso. Mas isso também não significa que não tenha opinião sobre essa ‘moda’. A luta em si, até respeito, apesar de achá-la esteticamente pobre ou feia, e de uma técnica pouco apurada. Pra quem já foi encantado e praticante de artes marciais chinesas como eu (kung-fu e Tai chi), essas lutas são a vulgarização do que se chama arte marcial. Mas não se revoltem, essa é apenas a minha insignificante opinião. Podem discordar de mim - ou vão querer sair no braço por acaso? Pablo já quis. Mas por bem menos. Mas eu, eu só luto com as armas que disponho. E elas não são físicas... A palavra pode ferir mais do que um golpe bem no meio do focinho.



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